Colaboração: "Festa dos intelectuais"
(publicada no site de Millôr Fernandes, em maio de 2001)

A casa onde se daria o tertuliano ficava logo após a ponte spencer. Muitos convidados chegavam em Condillacs, outros em tradicionais freges a cavalo, que vinham em rápido trotsky. Outros em modestos Santayanas, que estacionavam perto da xenofonte. Belíssimas, as mulheres usavam peirces ou qualquer outro adorno nas orelhas, com exceção das empregadas, em averróis brancos. Os homens, elegantes em alinhados jaspers, achavam que eram os tales. Mas os calvinos, hipócrates, usavam chapéus.

Na entrada, todos degustavam um espumoso malebranche.

Chegou o momento da ceia. Depois de servirem condorcet com bacon, só se ouviam o chomsky-chomsky e os goles no licor de cassirer. Na mesa de descartes, uma animada partida de bataille, embora algumas mulheres tivessem schlick. Ao fundo, um epicteto tocava música popper.

Depois da ceia, os homens ficaram empédocles, conversando no teofrasto. As mulheres subiram à campanella, onde se detiveram bastante tempo antes de voltaire. A festa era em prol dos portadores de leucipo.


Veja essa colaboração, e o comentário de Millôr Fernandes,
no site do Millôr.